O Jogo Infinito – resumo do livro de Simon Sinek
Em “O Jogo Infinito“, Simon Sinek apresenta uma importante perspectiva sobre como encarar liderança, negócios, e a própria vida.
Jogos finitos possuem regras claras, adversários definidos e um fim claro e concreto. Adicionalmente, são disputados por jogadores conhecidos e sempre tem inicio, meio e fim. O melhor exemplo são partidas esportivas onde existem condições para que seja determinado o vencedor.
Por outro lado, os jogos infinitos não têm jogadores conhecidos, regras fixas e continuam indefinidamente. Como determinar que alguém “venceu na carreira” ou que uma empresa foi vencedora em seu mercado? Nos negócios e na vida não existe maneira única de determinar vencedores e perdedores, pois o sucesso é um critério muito individual e não conclusivo. Não há como vencer em uma amizade, num casamento, ou em sua educação.
Enquanto o jogo finito determina vencedores e perdedores, no jogo infinito a vitória de um não determina a derrota de outro. É possível duas empresas concorrentes em um determinado mercado serem bem sucedidas ao mesmo tempo, e existe situações onde empresas concorrem em um dado mercado e são parceiras em outro.
O objetivo do Jogo Infinito é continuar jogando
No Jogo infinito, portanto, sucesso não é medido por vitórias ou derrotas definitivas, mas sim pela capacidade de continuar jogando. Organizações e pessoas que entendem este princípio conseguem tomar decisões que sejam sustentáveis no longo prazo, uma vez que buscam a continuidade do “jogo” e não somente uma vitória momentânea. Por exemplo, empresas com visão do jogo infinito mantém seus investimentos com foco no longo prazo e não somente no próximo trimestre.
O jogo finito termina quando o tempo se esgota e os jogadores sobrevivem para jogar outro dia. Num jogo infinito, por outro lado, é o contrário. É o jogo que continua vivo enquanto o tempo acaba para os jogadores, que simplesmente saem de cena quando ficam sem vontade ou sem recursos para continuar.
Não jogue o jogo infinito com mentalidade finita
Líderes de mentalidade finita desejam que o jogo acabe e desejam vencer. Dessa forma, se querem ser vencedores alguém terá que ser o perdedor. Eles jogam para si mesmos e querem derrotar os outros participantes. Fazem cada plano e cada movimento pensando em derrotar outros. Quase sempre acreditam que precisam agir assim, apesar de, na verdade, não precisarem. Não há regras dizendo como eles têm que agir. É sua mentalidade que os direciona.
Perguntar “O que é melhor para mim?” é um modo finito de pensar. Já perguntar “O que é melhor para nós?” é um modo de pensar infinito. Isto se remete ao Quinto Hábito do livro “Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, Pense Ganha-Ganha.
Quando estamos em um jogo infinito com uma mentalidade finita aumentam as chances de nos termos grandes dificuldades e problemas, pois como na verdade não existe uma única e definida condição de vitória não sabemos se fomos vencedores ou não, ou ainda, a condição que nos daria a “vitória” é temporária e mutável. Por exemplo, se acredito que estou concorrendo contra um colega de trabalho por uma promoção e eventualmente acabo sendo promovido e ele não, posso ter a sensação de ter vencido este jogo, mas a partir da minha promoção terei outros desafios e meu colega também continua com outros desafios. Meu colega tem objetivos de vida e carreira diferentes dos meus, e ser ou não promovido são situações temporárias onde na verdade não estamos concorrendo uns contra os outros, mas sim, buscando objetivos diferentes e muitas vezes complementares.
Cinco Princípios do Jogo Infinito
- Causa Justa
Para o jogo infinito, tanto organizações quanto pessoas precisam de uma causa justa – uma visão de futuro poderosa que as inspire a trabalhar além do interesse imediato. Muito além das definições de missão das empresas, esta causa deve ser algo que valha a pena perseguir indefinidamente. - Equipes de Confiança
O sucesso sustentável e no longo prazo depende de equipes baseadas na confiança, onde as pessoas se sentem seguras para correr riscos, admitir erros e se desenvolver. Essa confiança requer um ambiente de apoio emocional e psicológico, e a liderança tem um papel fundamental em criar uma cultura que permita isso. - Adversários Dignos
No jogo infinito, a competição não é sobre destruir ou vencer o outro, mas sim sobre aprender e melhorar constantemente. Os “adversários dignos” são empresas ou pessoas que nos desafiam a crescer e a buscar níveis superiores de desempenho e inovação. - Capacidade de Flexibilidade Existencial
Organizações que prosperam são aquelas que conseguem se adaptar em momentos críticos, mesmo que precisem abandonar modelos de negócios antigos. Líderes precisam ser capazes de mudar radicalmente para se manterem alinhados com sua causa justa.Neste vídeo contei o case da Kodak.
- Coragem para Liderar
O jogo infinito exige coragem. Pensar a longo prazo muitas vezes vai contra as normas e expectativas tradicionais. Organizações comprometidas com o longo prazo precisam se posicionar de acordo com seu propósito, mesmo quando essa escolha gera pressão de investidores ou críticas.
3 lições para pessoas e organizações
- Resultados sustentáveis superam ganhos rápidos. As empresas que jogam o jogo finito frequentemente sacrificam o futuro pelo lucro imediato, enquanto as que jogam de forma infinita constroem um legado duradouro.
- Liderança baseada em propósito e valores é fundamental. Não basta definir metas quantitativas, é preciso inspirar e motivar com uma visão de futuro clara e grandiosa. Pessoas querem fazer parte de algo maior do que elas, não somente dar mais retorno para os acionistas.
- A adaptação é essencial. Negócios que não se reinventam quando necessário acabam estagnando e desaparecendo, como vários dos exemplos apresentados por Sinek como Blockbuster e Kodak. Pessoas também precisam buscar tanto a adaptação quanto criar novos caminhos em suas vidas e carreiras.
Conclusão: O Poder de Jogar para o Longo Prazo
Em conclusão, “O Jogo Infinito“ é um convite e uma poderosa provocação para líderes e empresas repensarem sua abordagem ao mercado. Precisamos trocar a obsessão por metas de curto prazo pela busca por um impacto e relevância de longo prazo. A principal mensagem do livro é que as organizações que pensam de forma infinita são aquelas que permanecem no jogo e criam um impacto positivo duradouro. A sustentabilidade não se resume ao ambiente ou aos lucros, mas também ao legado cultural e social deixado pela empresa.
Eu trabalho desenvolvendo pessoas há mais de vinte anos, e desde 2013 atuo como Trainer, Mentor e Coach profissional. Minha abordagem é pragmática e focada nos resultados do cliente, sem misticismos ou promessas milagrosas. Entre em contato para conversarmos sobre seus desafios e como eu poderei ajudar!